terça-feira, 28 de junho de 2011

Receita de Mulher

                Ler, quando se trata de algo interessante torna-se uma fonte de prazer. Ler obras de autoria de Vinicius de Moraes é pra mim uma fonte inesgotável de prazer. A cada poesia, uma nova emoção. A cada verso um novo sentimento. Quase um bálsamo de felicidade.
                Acho que quando associamos o útil ao agradável nada mais se torna tão agradável. Agradabilíssimo para falar a verdade.
                Ler faz tão bem! Já falei sobre a leitura em algum post anterior, mas meu assunto hoje é outro.
Quando lemos vários poemas ou qualquer tipo de texto que seja, sempre há um do qual não esquecemos. Seu começo, seu fim ou simplesmente seu nome ficam gravados.
“Receita de mulher” é um dos textos dos quais já li e que muito me encantou. Ora sensível, profundo, ora chega a ser cômico. Creio que essa seja realmente uma “receita de mulher”.
Que todas as mulheres que o lerem consigam enxergar-se em alguma característica presente no texto. Eu achei inúmeras!
Leiam e encantem-se: 
Receita de mulher

As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como o âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos, então
Nem se fala, que olhem com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar as pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteia em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebal
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas bem haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto sensível à carícia em sentido contrário.
É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!)
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser fresca nas mãos, nos braços, no dorso e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37º centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras
Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se se fechar os olhos
Ao abri-los ela não mais estará presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.




(Vinícius de Moraes )

sábado, 25 de junho de 2011

Momento Literário

Dizem que o verdadeiro ator é aquele que se apresenta para qualquer público. Levando em conta essa afirmação, concluo que eu não seria uma boa atriz. Caso eu dependesse de atuar, com certeza, passaria fome.
                Apesar de todo esforço empregado para a realização desse trabalho confesso que não ficou do jeito que eu queria. Sinto que lhe faltou algo, talvez o dom.
                Papai do céu quando me fez não me deu dom pra ser atriz, porém sonhou com minha vida cheia de “caras e bocas” compartilhadas com as melhores amigas que possa ter.
Os vídeos a seguir, são nossos trabalhos (meu, da Thais e da Vanessa) individuais de literatura, intitulado “Momento Literário” que traz apenas poemas do escritor Manoel de Barros.
Embora fossem individuais, nossos esforços foram coletivos, pois nós três desenvolvemos um trabalho em equipe que garantisse o sucesso dos vídeos.
Esses trabalhos realmente deram trabalho, e olha que não foi pouco. Mas, problemas daqui, erros acolá e tudo saiu ótimo. Quero dizer, ótimo não, pois o meu vídeo não ficou lá aquelas coisas, mas levando em consideração os vídeos da Thais e da Vanessa, esses sim merecem o título de ótimo. Como os vídeos são obras de nós três, sinto-me menos triste com o infeliz sucesso do meu vídeo em particular, pois os outros dois encheram-me de orgulho por saber que fiz parte de sua realização.
Confiram!


sexta-feira, 17 de junho de 2011

No fundo somos iguais


Somos todos meio egoístas, impacientes e inseguros, cometemos erros e às vezes perdemos um pouco o controle, somos insuportáveis ao ponto de deixarmos quem está próximo até sem rumo, mas o que necessitamos é de alguém o suficientemente compreensivo para lidar com esse pior lado que temos, pois quem não compreende o nosso pior não merece o nosso melhor!

Arrisque-se em novos gêneros

A música é uma arte que consiste em combinar sons. Todos os grupos humanos possuem algum tipo de manifestação musical e seu significado e criação, por exemplo, variam de acordo com a cultura de cada grupo.
Enganam-se quem acha que a música é apenas para se divertir ou descansar. Ela faz bem a alma e a saúde. Foi descoberto que a música faz bem ao coração, pois o som dilata as artérias e devido à ansiedade causada pela melodia ocorre o estreitamento das paredes arteriais, o que contribui par a vida do nosso órgão.
Eu amo música. Amo tanto que durmo e acordo ouvindo. As animadas são minhas preferidas, mas às vezes bate aquela vontade de ouvir algo mais calmo. Não tenho um estilo musical predileto, sou bem eclética quanto a isso. Tudo depende do meu humor. Por isso opto por escutar músicas agitadas cedo para começar o dia “a mil”, mas durante a noite uma romântica é mais viável. Ainda por cima tem aquelas que eu não sei qual o momento certo para escutá-las como, por exemplo, “Pagu”, composta pro Rita Lee e Zélia Duncan que eu escuto sempre na voz de Maria Rita.
Falando em Maria Rita... Ela é uma das cantoras que mais gosto de ouvir, junto com Maria Gadú, Paula Fernandes, Mart’nália, Elis Regina, Marisa Monte, Ana Carolina, Ivete Sangalo e Cássia Eller. Mas, a lista de quem eu ouço não se restringe apenas as mulheres. No meu computador ainda tem Leoni, Titãs, Zé Ramalho, Caetano Veloso, Lulu Santos, Almir Sater, Charlie Brow Jr., Engenheiros do Hawaii, Roberto Carlos, Cartola, Legião Urbana, Los hermanos, Jota Quest e Skank.
Já deu pra perceber que é tudo bem misturado né? Porém, não para por aí. Como uma boa sul matogrossense eu não poderia deixar de conhecer o sertanejo. Podem me chamar de louca, mas confesso que conheço muitas músicas da dupla Milionário e José Rico, Tião Carreiro e Pardinho, César e Paulinho, Chico Rey e Paraná, Teodoro e Sampaio, Tonico e Tinoco, Gino e Geno e João Mineiro e Marciano.
Se eu só conheço relíquia? Não, meus caros. Ainda tem Guilherme e Santiago, Zé Henrique e Gabriel, Zezé di Camargo e Luciano, Victor e Léo, João Neto e Frederico, Jorge e Mateus, Gusttavo Lima, João Bosco e Vinicius, Maria Cecília e Rodolfo, Michel Teló e o queridinho do Brasil... Luan Santana.
                Calma! Atenção! Conhecer é diferente de gostar! Selecionar é muito importante. Mas, não vale criticar antes de conhecer. Ok?  Por isso, estou disposta a conhecer tudo. Tudo mesmo. Até funk se precisar, mas isso não significa que eu irei gostar.
                 Porquanto, arrisquem-se a experimentar novos gêneros. 
E pra quem não conhece a música "Pagu" que eu havia citado lá em cima, confiram aí: 


sexta-feira, 10 de junho de 2011

9 passos para gostar de ler!

A leitura, principalmente a de bons livros, nos leva de um jeito legal e fácil a viajar para nosso interior.
Às vezes, quando estamos lendo nos sentimos relaxados, voando, planando sobre um mundo desconhecido. Sentimo-nos soltos das amarras e usamos toda essa liberdade para sermos felizes.
Mas, o que mais fascina é saber que podemos sentir todas essas emoções no momento que quisermos.
Ler propiciou-me viajar através da imaginação, desenhar caminhos a serem trilhados há tempo desejados com um sorriso estampado na face e a cabeça erguida sem medo dos desafios.
Para quem não lê trocar de hábito não é tarefa fácil a se fazer, mas quando reconhecemos que só depende da gente mudá-lo e conseguimos fazer isso uma sensação de maturidade nos toma mostrando-nos que somos seres capazes de mudar e adotar uma nova postura.
Para quem está disposto a apaixonar-se pela leitura ou por várias vezes “ensaiou” começar a ler um livro, mas não foi em frente, aí vão algumas dicas:
1°Passo: Saber escolher o livro é o mais importante. Escolha algo que lhe interesse.
2°Passo: Leia um pouco a cada dia, pois não há leitor feliz quando ler torna-se obrigação. Temos que ser leitores autônomos.
3°Passo: Reconheça seu livro como fonte de conhecimento.
4° Passo: Escolha um bom lugar para ler. O ambiente apropriado é importante para o bom desfrute do livro.
5° Passo: Mostre-se interessado por aquilo que está lendo. Tenha atitude na sua leitura utilizando-se de um lápis ou caneta para marcar o texto.
6° Passo: Comente com seus amigos e sua família o que você esta lendo.
7° Passo: Que tal formar sua própria biblioteca? Não desanime se você tem poucos livros.
8° Passo: Leia livros clássicos. Um livro clássico é aquele que venceu o tempo. É antigo, porém, atual.
9° Passo: Sinta as mudanças que a leitura lhe traz, pois ela nos prepara para as transformações e propicia o auto-aperfeiçoamento.
Agora, basta tomar a iniciativa. Boa leitura!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Aprender requer esforço




Discutir sobre o nível de ensino requer que reconheçamos os vários aspectos que o envolvem como a deficiência dos professores, das instalações escolares, falta de recursos modernos e a desvalorização da carreira docente que afasta as pessoas do magistério.
                Porém, há aqueles que dedicam suas vidas a educação enfrentando os problemas decorrentes da crise do sistema de educação que não valoriza devidamente a leitura e a reflexão.
                A escola, ambiente rico em cultura e informação, deveria ser apresentada de modo atrativo para que os alunos tivessem mais interesse. O caminho que leva a esse interesse é a busca de ferramentas, atualizações e novas práticas pedagógicas tornando as aulas dinâmicas.
Embora, seja boa a intenção, não podemos nos iludir achando que todas as aulas deveriam ser dinâmicas, pois nem sempre um assunto consegue ser convertido para essa forma. Há necessidade de haver concentração, leitura atenta e raciocínio em certos momentos, mas existe um aspecto evidente de desinteresse dos alunos que se dá por não quererem dedicar-se aos livros e a reflexão.  
Porquanto, inserir dentro das escolas projetos que abordem a importância da dedicação e da persistência seria de grande valia, pois o aluno precisa enxergar que só agindo assim conseguirá tornar-se um individuo critico e autônomo intelectualmente, pois aprender requer esforço.

                                                                                                                 Talita Galvão